Resenha do livro Essencialismo – A disciplina busca por menos
Hoje refletiremos sobre o livro “Essencialismo: A disciplina busca por menos”, de Greg McKeown, com a missão de compreender a fundo a mensagem do autor.
Partindo do tópico que fala do “explorar”, conhecer sua essência, o autor propõe aprender a dizer não. Só quando isso acontecer, de fato, é que um indivíduo começa a decidir o rumo de sua própria vida.
Outra situação que McKeown nos coloca a refletir é sobre a estrutura da tomada de decisão. Por exemplo, quando há uma oportunidade na vida, com ela, também surgem dúvidas. O autor sugere algo simples nesse cenário, mas que fará toda a diferença: faça uma tabelinha na qual você descreverá a oportunidade e a classificará em três critérios mínimos.
Depois, prepare uma relação de três critérios ideais, três coisas muito importantes para você aprovar essa oportunidade. Se sua oportunidade não atingiu os primeiros três critérios mínimos, repense-a.
Mas, se ainda assim você insistir e verificar que dois dos critérios ideais também não foram validados, segundo o autor, não aceite a oportunidade.
Como posso excluir o trivial?
Indo para outro momento do livro, a análise se pauta no eliminar o trivial pelo essencial. Para que isso aconteça é necessário ter clareza do que se quer e para onde se quer ir. Esclarecer o propósito real e verdadeiro.
O livro expõe algumas questões corporativas, explicando que funcionários que não se engajam com a missão da empresa sentem falta de clareza sobre esse objetivo e alinhamento pessoal.
O que é óbvio para um pode não ser tão evidente para o outro, não é mesmo? Às vezes, a missão da empresa, por mais visível e publicada que seja, não está clara para o funcionário que age no automático.
Jogo político ou tudo é bom
Ainda sobre o ambiente corporativo, um colaborador, quando não está em sinergia, começa a desenvolver dois comportamentos, segundo McKeown: o jogo político ou o tudo é bom.
No jogo político, o funcionário favorece e enaltece só o gestor, sem consistência. Já aquele que acha tudo bom, não emite opinião nem crítica.
Ambos comportamentos não acrescentam em nada a uma empresa. Daí a relevância de ter um propósito claro.
Ousar com consciência
Outro aspecto para se trabalhar ou eliminar é o ousar. Saber dizer não com firmeza, por exemplo, é ter decisão, com delicadeza e consciência.
Greg Mckeown diz que é preciso trabalhar nosso pensamento no seguinte ponto: quando alguém pedir algo, pense: “se eu disser sim para essa questão ou pessoa, o que estarei deixando de fazer? O meu sim vai me tirar algo?”.
Ousado esse comportamento mental? Sim e, para que seja efetivo, o grande segredo é justamente ter coragem. Na sequência dessa energia de eliminar, vem o descomprometer-se.
Há uma frase de Josh Billings no livro que diz: “Metade dos problemas da vida decorre do dizer sim depressa demais e dizer não, não cedo o bastante”.
Esta frase de Billings, no início do capítulo, complementa a ideia do autor sobre a existência de muito sofrimento por conta dos discursos perdidos. Para ele, há uma tendência em se investir tempo, dinheiro e energia em uma proposta que a gente já sabe que será mal-sucedida.
O termo “descomprometer” pode soar estranho ou causar desconforto, justamente porque não fomos educados sobre isso, nem avisados a respeito das armadilhas do comprometimento, como cita Greg.
Vale realmente a pena?
O Essencialismo continua desafiando o leitor com questões que pedem decisões de critérios internos e faz a seguinte interrogação: o que você poderia fazer com o tempo e com o dinheiro investidos, se pudesse pular fora desse projeto, dessa relação, situação ou convite?
Nesse aspecto, entra o tópico editar, no qual o autor indica que é necessário aprender a eliminar opções, referindo-se às que não são boas e as que são boas, mas que atrapalham o caminho das excelentes.
As que não são boas, ok. Mas e eliminar algo que é bom, “divertido”, mas não excelente? Ter um mindset essencialista é treinar essa postura e colocá-la em prática.
O essencialista, como todo ser humano, erra, mas assume e não fica na influência da perda dos discursos. Arca com as responsabilidades, sabendo quando errou. Por esse norte, consegue corrigir as situações com assertividade.
O que é bom e o que é essencial, na prática?
Nesse momento, a proposta é editar menos, em alguns momentos. Mas você pode estar questionando: o tópico lá atrás não recomendava editar?
Sim, mas na realidade esse editar menos em momentos específicos significa aprender a aplicar o que é bom e o que é essencial. É identificar como esse agir se sustenta com parcimônia, adaptado para cada ambiente.
O livro relata vários casos de executivas que começaram a se posicionar, com limites no trabalho e, com isso, alcançaram mais autonomia em suas vidas. Limites não são restrições.
No Essencialismo, regras são estabelecidas, eliminando necessidades e trabalhando sempre com margem de segurança.
A hora da verdade: executar
Chegamos na ação. Após explorar sua essência e eliminar o que não te leva para o excelente, vem o executar, efetivamente.
Esse “colocar as mãos na massa” tem por base uma margem de segurança para alcançar seu objetivo. Aqui o autor diz que a única coisa que se tem certeza absoluta é que o inesperado vai acontecer.
Por esse motivo, é necessário prever, planejar e se preparar para as contingências que podem acontecer. No executar, é preciso aprender a prevenir e subtrair, entendendo qual é o obstáculo que o impede a chegar ao que é mais importante.
E comemore as pequenas vitórias, cada progresso mínimo e viável. Afinal, o concluído é melhor que o perfeito!
Após toda essa trajetória, é hora de deixar fluir, com foco e leveza. Até esse ponto, seu foco, seu propósito, já foi encontrado. Portanto, produza sobre ele com fluidez.
Mas afinal, o que é ser um essencialista?
A resposta que deixamos é um exemplo de vida. Mohandas Karamchand Gandhi era um jovem de uma família rica, na Índia, estudante de Direito. Seu propósito inicial era se formar e ajudar pessoas. Quando chegou na África do Sul, teve a percepção de que o foco e o rumo eram outros. A partir dessa percepção, viu que seu propósito era muito maior e tornou-se o Gandhi, figura ilustre da história.
Seja como filosofia de vida ou como prática no dia a dia, o Essencialismo só acontecerá com clareza no propósito.
Fica o convite: Vale a pena a leitura!
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